13 de setembro de 2012

Mascote da Copa de 2014 é espécie ameaçada

A escolha, que representa o Brasil, reforça a visibilidade dos biomas caatinga e cerrado, além de incentivar a preservação desse animal, o tatu-bola



Foto: Divulgação
Jade Curvello e Paloma Quintão - Recentemente, foi escolhido o mascote da Copa de 2014. Como o grande evento acontecerá no Brasil, foi escolhida pelos organizadores uma espécie representante da fauna nacional, o tatu-bola. Com o nome científico de Tolypeutes tricinctus, o animal vive no cerrado e na caatinga, e recebe a palavra “bola” em seu nome usual justamente porque é a única espécie de tatu capaz de se enrolar completamente dentro da carapaça, formando uma bola. Curioso, não é? Mas a triste notícia é que esse animal faz parte do Livro Vermelho da fauna brasileira, relação das espécies que correm o risco de desaparecer. Por isso, é importante saber mais sobre esse mascote.

Tatu-bola corre o risco de desaparecer

Foto: Reprodução Internet
De acordo com o Livro Vermelho dos mamíferos, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), esse tipo de tatu é, não só o menor, mas também o menos conhecido. Isso por ser a única espécie desse mamífero endêmica no Brasil, ou seja, se reproduz somente em determinadas regiões, o que impede sua disseminação pelo território brasileiro. Seu habitat natural se resume ao cerrado e à caatinga, e em estados como Sergipe, Ceará e Pernambuco o tatu-bola está praticamente extinto. Esse é um dos fatores da extinção do Tolypeutes tricintus.

Outra causa para o seu desaparecimento é a facilidade da caça ilegal. O bolinha, como é chamado popularmente, não sabe cavar buracos e, por isso, tem dificuldades para se defender. Além disso, a reprodução escassa aumenta ainda mais os efeitos dessa prática ilegal. Como uma fêmea pode ser acompanhada por mais de um macho, na época do acasalamento eles se encontram sempre em grupos, e quando a reprodução ocorre, nasce somente um filhote. Em casos raros, nascem dois bolinhas. Isso propicia a caça, já que se torna possível capturar vários de uma só vez.

Um problema muito comum que atinge não só o tatu-bola, como outros animais, é a destruição do habitat natural. De acordo com informações coletadas no Livro Vermelho, o cerrado está sendo progressivamente devastado devido à produção de soja e cana-de-açúcar, muito comum nessa região. Já a caatinga, assim como o Pantanal, tem o processo de ocupação dificultado pela dinâmica peculiar de seus ciclos hidrológicos, o que contribui para a modificação de sua paisagem.

É possível auxiliar na preservação da espécie

Foto: Portal São Francisco
A melhor forma de começar qualquer processo de conservação é gerar uma consciência ambiental. Para isso, é essencial que se invista em projetos de educação ambiental, voltados não só para crianças, mas também para as pessoas que vivem nas regiões onde ainda é possível encontrar o tatu-bola, com o objetivo de diminuir a caça dessa espécie. A criação de Unidades de Conservação é outro importante aliado para a preservação dos habitats naturais, mas isso não significa que seja preciso encerrar as atividades de agricultura mecânica nessas regiões. O ideal é fazer um equilíbrio entre o desfruto e o cuidado com o ambiente, para que não aconteça com outras espécies o que está acontecendo com o tatu-bola.

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